domingo, julho 31, 2005

Ficção

Já não fazia isto há muito tempo.
Não sei se sou capaz.
Escrever.

Já toda a minha gente dorme. Eu, claro, nem sono tenho. Estou morto de cansaço. Tenho a cabeça cheia. O que mais precisava era de dormir umas boas oito horas, seguidas de preferência, mas ainda não é hoje que isso vai acontecer.
Durmo tão mal. E pouco. No domingo acordei eram 7h30. Lutei contra aquilo que sabia ser inevitável (que já não ia dormir mais) e às 8h20 saí da cama. Recriminei-me tanto, mas não adianta muito lutar contra aquilo que sou. Decidi aproveitar da melhor maneira possível o facto de ter acordado cedo e fui andar.

Concordas que não adianta lutar contra aquilo que se é? Eu acabei de o escrever mas, na verdade, não sei. Às vezes até parece que nunca fiz outra coisa durante toda a minha vida. Lutar contra o que sentia, contra o que pensava. Contra o que era… contra o que sou.
Fosse o que fosse, a verdade é que eu até nem tenho muita razão de queixa em relação à minha vida. A determinada altura convenci-me que nunca iria chegar onde hoje me encontro.
É aquilo de que já falámos. Acredito que tenhas razão. Poderá ser uma insatisfação endémica que nos vai acompanhar até ao fim.
A verdade é que há sempre uma razão para lutar. Vê o que eu hoje te disse, a pergunta que te fiz. Eu, que procuro ter sempre o máximo cuidado com o que digo e escrevo. Que penso e torno a pensar no que digo, na forma como o digo. Que sou acusado por vezes de ser pouco espontâneo e que, por isso, ainda recentemente tinha decidido que teria de ser menos “calculista”. A ironia da coisa. E logo contigo.
Fiquei mesmo chateado comigo próprio, nunca devia ter perguntado aquilo. Mas perguntei. E sei que a tua confiança em mim foi abalada. E agora não há como voltar atrás.
Lamento imenso.
É algo por que vou ter que continuar a lutar.

É tarde. Já não sei bem o que estou a escrever. Devia rever o que ficou dito, mas acho que se o fizer não vou conseguir enviar-te isto.
Estou a atravessar um período que deveria ser calmo, pessoalmente estou numa altura tranquila. Mas tudo à minha volta está confuso. E isso é o mesmo que dizer que não ando tranquilo.
Acho que sei agora o que é isto – estou a perguntar-me há imenso tempo porque é que te estou a escrever isto. É um desabafo. Acho que é.

Já chega. Um beijo.

4 comentários:

Anónimo disse...

Mas tu agora tens amigos imaginários? mau...assim fico mesmo preocupada contigo
ehehehhehehehehhe

Anónimo disse...

Mas o que é que ele perguntou? heheheheheheeheheheheheheheh
Vale mais te arrependeres do que tenhas feito ou perguntado, que viver uma vida inteira, na eterna pergunta ( e se eu tivesse feito? e se eu tivesse perguntado? ).
Um abraço

Anónimo disse...

X, assino por baixo...
LD

[A] disse...

Esta ficção de Domingo, 31 de Julho de 2005 é a minha ficção de todos os dias.
Tal e qual...