Sentado no banco do jardim, sentiu um estremecimento na mais profunda parte de si. Era um ínfimo vestígio de tranquilidade – algo que já havia esquecido como era sentir. Talvez fosse por estar no jardim; talvez fosse a temperatura amena, espalhada pela brisa suave; ou as cores dos primeiros dias de Primavera e o sossego de estar sozinho. Fechou os olhos, para não arruinar o momento. Deitou a cabeça para trás e a luz do dia entrou-lhe pelas pálpebras cerradas, iluminando-o também por dentro. Cuspiu para o alto e deixou-se ficar: tinha decidido esperar ali, em pausa, pela vida. Acreditava agora que era ela que viria ao seu encontro, por estar demasiado cansado de a procurar. Tinha consciência do seu acto mas, a partir de agora, desafiaria as probabilidades.
Temeu pela pouca intensidade da brisa, mas apenas o tempo de uma contracção do coração.
29 comentários:
A vida viria com toda a certeza. Que não costuma deixar os poetas à espera.
... afinal não tinham razão de ser os seus receios.
O vento estava na medida certa porque sentiu de imediato o ligeiro impacto húmido no cabelo. Qual boomerang regressando ao ponto de partida, o cuspo voltara à base...
Ca nojo!
Desafiar as probabilidades é uma forma de viver... Mas isso de cuspir para o alto e ficar à espera que a vida lhe caia no colo é... lirismo!...
Lindíssimo, Rui...
sábia decisão!
como só o corpo sabe.
:)
A arte de inventar novas rotas num corpo já usado.
Um bejo
Desafiar probabilidades é uma boa escolha ;)
Excelente!
Bj e bom fds.
Cuspir para o alto é feio!
Bjs
(reparei agora que já tinha saudades de te ler :))
... só dei pela mudança da paisagem quando meti um pé numa poça e um caranguejo se me agarrou ao sapato perguntado «Pára em Paço d´Arcos ou é directo a Cascais?»
Eh pah, nem vou dizer nada. Cheguei e beijos
Sei tão bem esse cansaço..será que devemos desafiar as probabilidades? e o que está na nossa mão? não me sai da cabeça, ultimamente..
Que bom reler-te:)
E quer queiramos, quer não, a partir de uma certa altura só nos resta esperar.
Um dia
não são dias
Ami, tipo papagaio, não se cala
e Zade, esse parvalhão, plantado à esquina
toca a merda da concertina
eu, do cimo duma árvore
faço aquele ataque, "tipo caspa"
Ami e Zade lá em baixo, preplexos esclamam em uníssono
- oh, está a nevar!
como se enganam estes parvalhões
continuo a perder-me nos teus escritos :)
xi
maria de são pedro
porque a vida é tão teimosa...e nem sempre nos dá o que queremos...no entanto, estes momentos são cheios de intensidade
beijos e boa semana
e se a vida faz o mesmo????? ficam os dois lado a lado a ver quem primeiro faz qualquer coisa?
(com umas fotos assim, até apetece "ver de novo" o hospital!)
já não passava aqui há um tempo infinito..
volto cá de tarde para ler tudo devagarinho
abraço
csd
bem, e onde caiU?
fiquei preocupada com isso!!
de resto também me sento
cada vez mais.
( nada espero
apenas permaneço sentada,
beijo
~
vi há bocado a __________________
janela
( voei por lá! danke,
~
Por vezes é a vida que nos encontra...sem dúvida!!
Um beijinho
esperar... é o melhor quando não aparece mais nada...pause...
Estão todos esperando pela vida? Cá eu prefiro correr atrás dela (e dar-lhe uma carga de porrada!)
Primeira vez por aqui e como gostei até prova em contrário irá prós favoritos.
Abraço.
Olá, venho desejar uma Boa Páscoa, replecta de amêndoas e boa disposição.
Beijinhos e até breve.
Lyra
;O)
Espero que aí, no sítio dos poetas da prosa, existam muitos coelhinhos de chocolate a brincar no chão da sala :)
Beijinhos e votos de uns bons dias de "descanso" :)
Venho desejar uma Boa Páscoa.
Cheia de saúde, amor e sorrisos.
Beijinhos
São
PS: Depois volto para ler e comentar.
Boa Páscoa (com muitas fotografias!!!)
Me encantou o teu post... "esquecer como é sentir"... acontece, às vezes acontece...
Que fotos espetaculares!
*bjinhos
tenho sido tão preguiçosa. mas é tão bom dar-me a oportunidade, o tempo, vir ler-te. tinha saudades. faz-me muito bem.
abraço.
angelina
Enviar um comentário