terça-feira, dezembro 19, 2006

K331 - Alla Turca (sexto andamento)

- Ana…
(levanta-se do chão a custo)
- Sim…
(responde após uma pausa; está estática, a meio da sala)
- Eu queria muito entregar-te o piano.
(procura-o)
- Estás a falar a sério?
- Sempre estive.

(ela deixa escapar uma interjeição)
hoje, sempre estive.
- Eu não o quero, a sério.
- Não vamos ter esta conversa outra vez, peço-te. Acredita por uma vez em mim, quando te digo que não sou capaz de ficar com isto, nem de o deitar fora.

(observa-o)
- Qual é a tua ideia?
(suspira)
- Encontrar-me contigo, cinco minutos, sem dramas, sem… sem trocarmos uma palavra, se for preciso. Entrego-te isto e pronto.
- Para isso, um minuto chega.
- Combinado.

(aquela tinha sido a frase que mais lhe tinha custado ouvir; por seu lado, ela arrepende-se de a ter dito e hesita por um segundo, não sabe se há-de pedir desculpa; não o faz e apagam-se as luzes lentamente)

Acendem-se apenas dois projectores, incidindo cada um numa personagem.
Estão agora na parte central do palco, frente-a-frente.


- Aqui está ele.
(estende-lhe o piano)
- Como uma coisa tão insignificante…
(olha para o piano, não para ele)
- Não o será assim tanto.
- Talvez não seja, verdade…e olha, quero que saibas que não mudou nada, absolutamente nada. Não te quero a pensar que lá por termos falado como o não fazíamos há muito, com uma sinceridade que… bom, podemos voltar ao que tínhamos, ao que éramos antes.

(seca-se-lhe a boca)
eu sei como és, no que estás a pensar, mas não quero isso para mim, não posso… não consigo. O que foi não volta a ser.
(encara-o, por fim)
- Lembras-te do Matias, aquele meu amigo?
- Sim, o do PS, que chegou a ser assessor de um ministro do Guterres!?
- Exactamente. Ele foi com o Guterres para o Alto Comissariado das nações Unidas para os Refugiados, continua a ser um diligente assessor politico. Falei com ele já há uns meses… se sabia de alguma coisa, se me arranjava o que fazer.
- Vais para Genebra?

(não consegue evitar algum espanto)
- Não!
(sorri)
vou para a Zâmbia… para um campo de refugiados angolanos… aquilo tem um nome estranhíssimo…
- Sinto-me uma parva…
- Não penses nisso, tens razões para pensar isso de mim… de qualquer maneira, estou só a arrumar umas coisas antes de partir e… quis deixar-te isso, é teu.
- Aquela história de isto começar a tocar sem mais nem menos…
- É verdade, não é história nenhuma. Isso liga-se a toda a hora.
- Tu, na Zâmbia… vais conseguir?
- Preciso disto, acho que me vai fazer bem. Espero conseguir… espero…
- Vais sim… e olha, quanto ao teu primo, ao que aconteceu…
- Ana, já passou o tal minuto… aliás, já passaram os cinco minutos.
- Está bem…

(silêncio)
- Eu…

Os primeiros acordes da Sonata para piano Nº11, K331 – Alla Turca, de Mozart, fazem-se ouvir.
Ambos olham o piano enquanto as luzes vão perdendo intensidade até se apagarem.

Fim

Quem tiver curiosidade, encontra aqui um link para a música em causa (media player), ou aqui (através do browser).

Uma arreliadora falta de tempo, tem-me afastado da escrita e da leitura. Este andamento final é bem sinal disso.
Aproveito a oportunidade e a época do ano, para desejar a todos uma boas festas pelo corpo todo e dizer que este blogue vai entrar por uns tempos em pausa.

E obrigado.

88 comentários:

APC disse...

Jisas!!!!...
Este andamento final NÃO é nada sinal disso que dizes em rodapé, tás louco??!
Até fiquei com um nó na garganta, rapaz!
Muito bem... Muito, muito bem!
Arrebatador do princípio ao fim, a mostrar que o que parece simples não ó é, e o que parece não ser acaba a sê-lo (a mostrar bem mais que isso, mas acabei a sentir assim).
Desde o início que levaste o leitor a viajar na sua própria fantasia, imaginando desenvolvimentos e desenlaces.
E foste do mais rico em tudo: nos diálogos (tão reais), nas sequências (tão originais), nas imagens (tão estéticas), nas subtilezas (elejo a do título), na humanidade (essa imparcialidade inteligente e justa), no desfecho (acutilante assumpção de uma ausência de outra possibilidade), enfim...
Foi um prazer dos diabos ler-te!
E por um lado é pena que isto seja um blog, porque nos blogs dos outros costuma dizer-se só coisas bonitas. Quisera que fosse um debate político renhido " cá dos nossos", onde [infeliz e vergonhosamente] me competeria dizer muito mal do teus feitos sociais, para que pudesse dizer que "foi um prazer dos diabos ler-te!", e não parecer suspeita!
Só isto!
E acho que hoje fui a primeira, hem? Alla Turca às 4 e tal da matina!!! :-)))
Não te lamentes por nada; ficou perfeito! PARABÉNS!;-)
Um abraço!

PS - "(aquela tinha sido a frase que mais lhe tinha custado ouvir; por seu lado, ela arrepende-se de a ter dito e hesita por um segundo, não sabe se há-de pedir desculpa; não o faz e apagam-se as luzes lentamente)" - sabemos que não terias facilidade em exprimir esta omnisciência e acaso se tratasse de uma verdadeira peça de teatro, e não de um texto que finge ser uma peça de teatro, certo? Corrige-me se estiver errada.

PPS - Quando uma relação chega ao fim, é aí que ela chega. Pode-se até tentar puxá-la para trás e gostar-se do exercício, mas ela é assim um elástico: mantém a tensão e a tendência e o destino daquele fim que visitou e que o espera. Não, não estou a tentar fazer doutrina; apenas que essa "onda" que também trago comigo, está evidente no meu último post.

APC disse...

* se acaso; que a espera.

Sofia disse...

A falta de tempo que a todos nos toca!

Um Feliz Natal ruizinho e um ano de 2007 se possivel ainda melhor do que este!

bjs

Anónimo disse...

Rui, Rui, es mesmo divinal a escrever rapaz...

Consegues prender-me aqui a este ecran e vejo-me tão envolvida que até faço parte do que escreves.

Gosto muito de ti

Bom natal para ti, Silvia e filhotes

Maria Liberdade disse...

Foi um FIM, FIM. Põe-se de lado a raiva e amargura e tenta-se seguir em frente, com a tristeza do que podia ter sido se não tivessemos estragado tudo.Gostei muito.

Fico à espera das boas festas pelo corpo todo. Hehehehe... Não resisti.

Boas festas também para ti. Descansa para regressares cheio de inspiração.

crispipe disse...

Não gostei da parte da pausa, até porque volto cá todos os dias para ver o andamento.
Um BOM Natal para ti também.

Anónimo disse...

Eu, que costumo ler-te, em silêncio às vezes,e a rir desalmadamente outras, desejo-te felicidade por tudo o que tens dado e e pelo muito mais que tens para dar.

Boa pausa. Bom regresso.

Anónimo disse...

Axo que o final não é nada abrupto não senhor...gostei é um final! Nada daqueles que se arrastam e alargam...fica no ar algo o que da para vaguear e diambular no imaginario! Mais uma vez brilhante!
Também gostei muito das tuas fotos do post anterior...
Estão fantásticas e têm a mesma mestria que as palavras...;)
E giro conheço sesimbra a tantos anos e quase como a palma da minha mãe e é me tão dificil sacar planos em fotos tão bons como os teus. Gostei particularmente das do cabo....magnificas!
Obrigado pelas palavras e pelo carinho! Tudo de Bom para ti e para os teus!
Beijos gds e feliz natal

919 disse...

é verdade que já não esperava o final cómico há alguns posts, mas acabou por ser um final feliz... gostei... tem uma boa "pausa" e que recebas muitas festinhas, brincadeiras, mimos, beijinhos e essas coisas boas, que as pessoas boas e queridas inevitável e naturalmente recebem...

Vanessa disse...

Ouvi falar em pausa, estou meio à toa, confesso que estou desactualizada mas seja como for, vim mesmo só para dizer...
Feliz Natal para ti também! ;)

Beijos****(e são 4!)

Anónimo disse...

pra ti tb rui, beijos e volta logo.

inBluesY disse...

um beijinho enorme a todos, e um santo e feliz natal.

essa falta tb existe por lá em fim coisas igualemnte importantes ou um bocadinho mais :D

butterfly disse...

Dexito.te um beijo e votos de boas festas também :)
aguardo o regresso!

Anónimo disse...

piano....pianissimo...



a magia. de uma sonata. que conheço de cor.



e um belíssimo texto com acordes....para recordar....


____________________

um excelente Natal...


bjo.

Anónimo disse...

querido rui. ainda não parei de me rir com as boas festas pelo corpo todo. é a cereja em cima de um magnífico bolo que é como quem diz conto. que as tuas também sejam excelentes e que regresses em breve com mais malefícios destes! um grande beijinho e até já. alice

viveremsegredo disse...

as estórias que vamos gostando de ler :)
um feliz e santo natal para ti e para os teus. beijo

Anónimo disse...

Vai, mas volta! Cá te esperamos!

Boas Festas! Muita Paz!

Anónimo disse...

Que o Natal seja mais um momento
em que acredites
que vale a pena viver um Ano Novo...

a_mais_fofa disse...

Já não foi hoje que li este último andamento e é ao som da música que embala esta estória que o comento finalmente.

Quando acabei de ler senti um aperto no peito... como se fizesse parte do relato e senti que não podia parar aqui, não podia deixar as coisas mal resolvidas, sem acabarem... Mas acabou mesmo, não é?! Como já é habitual, cativaste toda a minha atenção e prendeste-me mesmo...

espero ansiosa pelo teu regresso.

Bom Natal, Boas Festas, Boa Escrita!

José Pires F. disse...

Que o verdadeiro espírito de Natal, nesta época de partilha de coisas boas, prevaleça com infatigável desejo na nossa amizade e, num golpe de gesto redondo repleto de magia, deixo-te um cabaz de aromas, esperança, felicidade e um voto para que sempre o amor te inunde com a sua companhia.

Boas Festas!

PiresF

mixtu disse...

e obrigado porquê?

porta-te bem, tu acreditas que és o unico nestas bandas que acredita na república?

yaya

abrazos monarquicos e navideños

Anónimo disse...

Rui,
Venho desejar-te um Natal de luz e paz.
Que a esperança, a inspiração sejam parte desse desejo também.
Pérolas de incandescentes de Feliz Natal .

a_mais_linda disse...

.......obrigado nós (ás vezes fico mt tempo sem aqui vir, e dpois tenh d ler td d uma vez!) Feliz natal!!!

Inês Diana disse...

Ai o caraças!!
Tás a gozar, não?? :S
Logo agora que eu , finalmente, resolvi o problema da net!!

Bom... pelo menos espero que não demores mais tempo a voltar do que eu vou levar a ler tudo o que ainda não li por aqui... ;)

Volta breve, ok?


Beijos!

a_mais_fixe disse...

Epá, agora que já me puseram a ler não sei quantos textos de seguida, chego ao final e quero continuar a ler!! lol nós é que agradecemos pelas histórias.

Boas festas!

Luiz Carlos Reis disse...

Opa! Mas já vai sem ao menos tomar um café? (risos)
Já estou com saudades destes belos ensaios escritos. Vê se volta logo, ok?

Um grande abraço para tí!

Desejo-te muita Paz, Amor e prosperidade neste ano que se anuncia!
FELIZ 2007

Isa e Luis disse...

Olá Rui,

Gostei muito bom!

Boas festas!

Ficarei á tua espera.

Beijinhos

Isa

Anónimo disse...

:) muitas e boas festas para ti também, e um excelente 2007!
Ficamos à espera que voltes. Rapidamente, de preferência.
Gosto de ler o que escreves. És uma espécie de mago das palavras. É tão grande a sintonia entre as palavras que usas e tudo aquilo com que as descreves, que quase é possivel visualisar todos os pormenores... cada post harmónico como uma sonata.

cuotidiano disse...

Agora que eu cheguei o blog entra em pausa?! Não há direito!

Mais a sério. Como é evidente dizer que escreves muito bem blá blá blá não vale a pena, já toda a gente o sabe e o disse - e tu nem sequer precisavas que o dissessem, porque o sabes muito bem. Por isso, limito-me a agradecer as emoções por que passei ao ler-te.

Um abraço

PS - Vê lá se regressas rapidamente e em força...

Alberto Oliveira disse...

... Alcides há muito que futurava uma cena destas. Por isso mesmo, não foi ao camarim e preferiu assistir ao dramático desenlace da primeira fila do teatro que a peça passava muito bem sem ele. Era sempre a mesma história: quando tudo fazia prever uma época de trabalho em tournée pelas vilas e aldeias do país (aí é que se ganhava dinheiro... ) o empresário fechava as portas aos artistas. Pior: dava-lhes o piano como contrapartida... a dividir por dois, uma vez que ele, Alcides, não era artista residente... nem convidado. Ana e João foram simpáticos e depois de alguma discussão acabaram por lhe oferecer a cauda. O destino estava traçado há muito para Alcides; já no bacalhau tocava-lhe sempre o rabo...
Já nem viu o pano cair. Veio para a rua e lembrou-se que o ano estava no

FIM.

inBluesY disse...

um 2007 pleno de sorrisos, inspiração, ternuras e marotices.

beijinhos a todos

Sea disse...

deixo-te um beijo e o desejo de um óptimo 2007 :)

Unknown disse...

Vou deixar aqui um grande abraço e um grande beijo de um feliz 2007

Anónimo disse...

(uma arreliadora falta de paciência de andar nos blogs fez com que me afastasse... mas venho desejar-vos um bom ano 2007!)

joaninha disse...

Que o melhor que possa existir em 2007 seja para ti. Obrigada pelo magnífico momento musical que ofereceste.
O texto está magnífico (como sempre). Mesmo não comentando, tenho sempre vindo aqui.
Que a pausa seja só uma pausa e que eu possa em breve voltar a ler-te.
Aquele abraço carregado de desejos de boa sorte.

Salvador disse...

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segurademim disse...

... um final conveniente ao som de Mozart, bom gosto

2006 também chegou ao fim! venho agradecer-te a companhia, amizade e o bem estar que sinto, por te sentir aí

Mil beijos Rui, votos de que 2007 seja um ano fantástico para ti e para a tua linda Familia

abraço apertado :)

Anónimo disse...

Rui, venho deixar-te os votos de uma passagem de ano maravilhosa junto com teus familiares. Desejando que o ano que se aproxima seja muito melhor que este que nos deixa.
Que a paz, harmonia, conquistas sejam constantes.
Grande abraço, deixo-te pérolas incandescentes de saúde e luz!!!
Eärwen
31.12.06

Farinho disse...

Feliz 2007, é o desejo da familia Farinho.

Beijocas.

Anónimo disse...

Agora que chego aqui vai entrar em pausa?
Espero que pausa seja breve...

A disse...

Estive a ler este guião...

qual Jura qual quê!!!!

:)

Olha Rui... que dizer?
Gosto mais das outras histórias, sem tantos diálogos, sem tanto enredo tipo novela.

A minha personagem preferida é o piano :D

Beijos grandes para todos ai em casa e feliz ano novo!

Sea disse...

deixo-te um :) com um beijo.
E um óptimo 2007 ;)

Kalinka disse...

Olá!
Um Bom Ano!
Com muito amor verdadeiro :)))
Que saibamos ser honestos connosco e com os outros.
Cultivando o desapego, caminhando mais leves...

Beijos e abraços.

joaninha disse...

fantastico! (para não variar)...
Bom ano rui! Tem um excelente 2007!

beijinhos

Anónimo disse...

Feliz ano novo e aproveita a pausa

um para a zâmbia .... eu para o mali

Flor de Tília disse...

Um bom Ano Novo. Que seja tão fantástico quanto tu o és a escrever.
Beijinhos

Isabel disse...

Eu tambem me ausentei.
Padecia de cansaço.
Estou te volta e não queria ver-te ir.
Li.
Re-li.
E gostei.
Gostei muito.
Muito mesmo.
Tocou onde devia tocar.

Por isso vai mas volta.

Fazes falta.

Até breve.

Isabel

APC disse...

Credo! Nem me deixas ser original!
Então também te foste?
E há mais tempo que eu, ainda por cima!
'Audácia pura!!!
Volta aqui, sff. Quero dar-te uma palavrinha!
Ai, ai, ai! Mau-mau... Espero que seja apenas da ressaca da entrada do novo ano - que, aliás, te desejo MAGNÍFICO.
Mas ó que tou de olho em ti, oubiste?
Voltarei! ;-)
Beijos.

Anónimo disse...

Terá sido na mesma noite, na noite que julguei estar em essakane, com musica na alma e areia nos bolsos ????

Anónimo disse...

ahahahaahahahahahahahahaha

APC disse...

E não é que o moço tá "sem andamento"? :-P

Farinho disse...

Volte depressa, é sempre um regalo ler o que nos oferece.

Um abraço

Anónimo disse...

Desejo-te um Ano imenso em paz.



Que voltes depressa...e com tempo.


Um beijo meu.
ana

susana disse...

Mais um desistente....mas ás vezes também me dá vontade disso. Nunca pensei que manter um blog fosse uma luta tão grande, em todos os sentidos!
bijinhos e um bom ano para ti

sotavento disse...

Ainda bem que passaste na minha tasca, não me tinha apercebido que já tinhas terminado a história!...

(Pensava que o piano era o filme!... (risos) Mas música fica muito melhor com Zâmbia!...)

:)

mixtu disse...

andamento final... provisório :)

abraços, convenceste-me, tb vou ser monárquico como usted :)

Alberto Oliveira disse...

... no entanto Alcides não deixava de passar pelo teatro. Não que lhe calhasse em caminho; que ele normalmente ia "por acolá" e o teatro ficava "para aqui". Mas era o "bichinho" a moê-lo e tinha passado alguns momentos de pura sintonia com o pessoal da "companhia" (piano incluido)! O cartaz ainda por lá se mantinha mas "aquilo" com luzes apagadas até metia impressão. Ficava por ali uns minutos, debitava as deixas em voz alta, os passantes metiam-se com ele e depois ia-se...

th disse...

Tenho um desafio AQUI para te divertires um pouco...

Anónimo disse...

E eu que ainda não tinha lido o fim! Mas ainda venho a tempo.
Desejo-te um Bom Ano e ... volta!**

Isabel disse...

Um brinde à diferença meu amigo.
E o desejo de que regresses à tua escrita rápido.

Já te sentimos a falta.

Isabel

Anónimo disse...

:D Desejo-te um bom descanso... e já pensaste em escrever uma peça? ;)

Anónimo disse...

Passei apenas por acaso neste blog e surpreendentemente fiquei presa à tua peça que achei MAGNIFICA!!! A tua escrita é maravilhosae faz com que sintamos a dor do arrependimento!! Gostei muito. Parabéns!!!
Espero que a pausa esteja a correr bem e que voltes cheio de energia para nos presenteares com mais escrita maravilhosa!! Parabéns novamente!
Beijos

Margarida Atheling disse...

Já vi que, enquanto estive "fora" escreveste muitas coisinhas. Quando necessitar de um intervalozinho na escrita da tese (coisa frequente!) já sei o que fazer! :)

Beijinhos!

Anónimo disse...

Só agora acabei de ver a peça...
Nota-se a falta de tempo, como eu sei o que isso é.
Mesmo assim gostei do piano :)

Bom Natal de 2008 :)
e Bom ano de 2007

Um abraço

Sea disse...

beijo Rui.
Silencioso por aqui...

jguerra disse...

Acabei de ler a peça. Fui lendo acto a acto de modo arrabatador. É um texto lindo.
Não foi só o final que comoveu... desde o princípio. O enquadramento que dás, os jogos de luzes.
descobri-te por interposta pessoa e não estou nada a rrependido.
Vou aguardar mais textos com imensa expectativa.
Um abraço

PS: Já agora aguardo visitinha ao meu blog: http://nrjalternativas.blogspot.com/

Alberto Oliveira disse...

... e lá voltava outra vez acreditando que um dia destes as bilheteiras estariam abertas, a luzinha amarela acesa na porta dos artistas e o grande cartaz na fachada imponente do teatro a anunciar "O Homem da Toalha Turca à Cintura" (andamento de caracol)e o nome dos artistas, sendo que desta vez o seu constaria e na qualidade de artista convidado. Mas uma vez mais apenas se deparou com um edifício e uma rua quase silenciosa. Quase, porque saindo de uma pastelaria um sujeito gritava «O Benfica ganhou! O Benfica ganhou!». Ao passar por Alcides este perguntou-lhe « O Benfica ganhou o quê?!». «Ó homem! você é de cá ou de Alcochete?! O glorioso ganhou a Taça dos Emiratos Árabes!!». Alcides baixou a cabeça e matutou «Tinham de arranjar qualquer coisa de encomenda para ganharem... Isto tem o dedo do Veiga. Aposto.» e uma vez mais, foi-se.


(sexagésimo oitavo comentário... )

APC disse...

Belíssimos legíveis comentários. Eu sou dessas que continuo a vir com o mesmo bilhete. Ele anda sempre comigo. Não que mo peçam à entrada, porque parece que o porteiro foi descansar. Mas porque um dia destes é que é!... E aí eu não quero ser apanhada prevenida. É por isso que também nunca venho de calça de ganga gasta e desfiada, mas no meu melhor vestido! :-)
LOL
Um abraço (que eu sei que o lês).

Flor de Tília disse...

e para quando um post? Vá lá, começa a escrever.
Beijinhos. Bom Domingo!

Margarida Atheling disse...

Já li!
Caramba! Fiquei arrepiada!
Está mesmo muito bem escrita esta história. Tão bem escrita e tão... próxima das nossas vidinhas. As coisas acabam assim... e não acabam nunca...

Alberto Oliveira disse...

" não venho de calça de ganga desfiada... "

Pois minha cara apc eu até já passei por aqui de calções! Leu muito bem, pois então. "de cal-ções". É verdade que foi no verão, mas lá por causa disso não deixou de ser "de calções". De fato e gravata, a última vez que me lembro de ter usado tal indumentária, foi quando recebi um prémio pela melhor quadra de São João, promovido pela autarquia lá do meu sítio. Estava uma noite de calor tórrido e as luzes mais os flashes dos fotógrafos eram tantos que me deu uma coisa má e em segundos fiquei descalço até ao pescoço. Deram-me uma injecção e só acordei no Miguel Bombarda. Ainda tinha escrita na palma da mão a esferográfica, a rima que não cheguei a declamar

ó meu santo São João
ó meu santo milagreiro
se estiver na tua mão
leva-me já pró chuveiro


Não fui que a ambulância chegou primeiro...

isabel mendes ferreira disse...

alla / Fabuloso....


________________


beijo.

Anónimo disse...

...ai a Ana a Ana.



:)


beijo querido Rui.

APC disse...

Olha, venho pelos Benefícios da Infelicidade que é não te ler... Sim, porque isso de esperar também tem contrapartidas... Imagina o que não vou gostar de te ler quando voltares?... O pior é se, depois, tanta Felicidade me dá inté um Malefício! E um malefício mau, kindé pior!
Sim, que este pobre coração já não tem vinte anos, não! ;-)

Pronto, já disse umas parvoeiras aqui no tasco daquele cuja escrevidura aprecio sobremaneira; já me posso ir embora mais reconfortadita.

Ciao, caro! :-)

APC disse...

Lembro-me como se fosse hoje...
Pelos brancos e frios corredores alguns maniconiones estendiam-me a mão pedindo-me ajuda. E nenhum deles era desconhecido, não. Se a memória não me falha, e a acreditar no que diziam, estavam por lá o Papa, o Bush, o Pai Natal e até o Zé dos Plásticos. Todavia, houve alguém que me ganhou a atenção, por instantes: sentado numa maca cantarolava, alto e bom som, umas rimas sanjoaninas. Aproximei-me, ri-me e disse-lhe suavemente: - "Você canta muito bem! Mas pode cantar um pouquinho mais baixo, que continua a ser audível". E logo ele: - "Legível". Eu, insistindo no teste da realidade: - "Au-dí-vel, que se ouve bem". Ele: - "Le-gí-vel, sei muito bem!". A equipa entreolhou-se desolada... Não havia nada a fazer. Démos-lhe uma injecção, com cuidado, para não o assustar, e fizemo-lo seguir na ambulância. E, misturado naquele som cruel e monótono, ainda escuto, por vezes, aquela melodia tão "legível"!

Micas disse...

O final desta peça está soberbo e já a li umas quantas vezes à falta de "letras" novas... afinal por onde andas?? estamos todos á espera de mais!!!

Beijo e bom ano novo :)

Sara MM disse...

UI!!!
falta de tempo?!??!
bem... quem me dera nao sofrer desse mal...

... com 6 andamentos em atraso já nem me atrevo :o(

que pena... espero conseguir apanhar a próxima estória...

BJss

PS - adorei aquela do bébé do ano!! eh!eh!eh!
PS2 - por acaso não gosto muito de arriscar... mas tb já chega de casa, tadinha! mas temo-nos safado aos atchims! :oD espero que por ai tb nao haja disso!

Isabel Magalhães disse...

Olá Rui;

Vim apenas deixar um beijinho.

(O trabalho... sempre o trabalho!)

I.

segurademim disse...

... Ó Rui, para mim nem vermelho, nem verde

só azul - eu sou dragona

rsrsrsrs

beijo :)

isabel mendes ferreira disse...

hum....................eu espero!







beijo.


:)

Aestranha disse...

Adorei! Espero que voltes brevemente!

Beijo

isabel mendes ferreira disse...

obrigada Rui.




______________até logo.

Alberto Oliveira disse...

... lembrava-se sim senhor! que um destes dias tinha sido visitado visitado por uma senhora muito simpática, bem vestida (via-se à légua que era gente de boas famílias que um daqueles homens que andam de bata branca -do género daqueles que vendem gelados na praia, a cumprimentou com um «Como está Vocência?») e que se lhe fartou de fazer perguntas àcerca da sua habilidade para o canto (tinha um canto, no quarto que lhe destinaram, onde passava a maior parte do tempo, de cócoras e por via disso, percebeu perfeitamente que outro sujeito de bata branca se lhe referia quando o ouviu dizer a outro sujeito de bata branca que «aquele tem a mania que é baixinho» quando ele se lembrava perfeitamente que era teclista nos Rosemary´s Baby grupo fundado nos anos oitenta à pala de um mânfio tunisino de nome Abu Buraka cheio de guita e que se baldou no meio de um concerto num restaurante em Paço d´Arcos, atirando-se ao mar, nunca mais sendo visto... ). A senhora continuou a fazer perguntas a que ele, cortezmente, respondia legivel... mente. Pensa que ela se aborreceu devido ao rumo metafísico para onde ele levou a conversa e foi-se embora. Deixou dois pastéis de nata que ele, solidário, dividiu com um gajo de Odivelas,que se denominava de Spínola (andava de carica Coca-Cola encaixada no olho direito... ) e pelo Almirante Nelson, nascido e criado na Musgueira e sempre de volta de jornais velhos construindo barcos de papel...

Isabel disse...

Então meu amigo?
Para quando mais um escrito?

Os teus leitores falo por mim querem mais.


Até breve.


Isabel

APC disse...

Ahahahah... Mente, mas mente tão bem! Felizmente! :-)

E, por falar, em felicidade: cadê o maléfico que nos deixou a pão e água? Se é para percebermos o título do blog, podes aparecer, Rui, porque já o desvendei a charada: quando a felicidade do blogger é muita, ele abandona o blog e isso reverte num malefício extremo para os seus leitores.
Viste-viste? Pronto, já podes vir.

Até já! :-)

Kalinka disse...

BELO...cxhegou ao Fim.

Espero que continues, porque uma pessoa com tanto talento, faz falta aqui, na blogosesfera, trazendo sempre algo de util nas nossas vidas.
Bom fim de semana.

Ah...já pensaste a sério se vais ao tal jantar, já no próximo sábado? diz alguma coisa, p.f.

Alberto Oliveira disse...

nem o maléfico janta
nem a gente almoça;
já nada me espanta
ninguém puxa a carroça.

ninguém puxa a carroça
destes tais malefícios;
não é caso p´ra troça
nem p´ra outros artifícios.

nem p´ra outros artifícios
ou p´ra mais andamentos;
em que raio de resquícios
é que ele guarda os talentos?

Anabela disse...

Parabéns! Este texto está fantástico!
Ah, já passaram 8 meses, depois da publicação deste post, e só hoje dei com isto... e ainda bem que dei com isto! eheheh

Agora, vou continuar a ler.