O sol ainda não tinha rompido o cume das montanhas que dominavam o horizonte, mas sentia-se no ar a promessa de mais um dia quente.
Sentado junto à enorme janela que dominava a fachada do Kathy’s Café, Luís fazia rodar um conjunto de pequenos painéis onde constavam todas as músicas e respectivos códigos que podiam ser encontradas na enorme Juke-Box ao fundo da sala.
Era como se estivesse a folhear as páginas da sua memória, em especial das últimas semanas.
Não tinha ainda a certeza absoluta, mas sentia ter encontrado o pequeno espaço dentro de si onde arrumar as razões da sua partida. Não era um local onde essas razões ficassem esquecidas. Era apenas um local que lhe permitia lidar melhor com a situação.
Sempre que algo viesse ao de cima, lidaria com as memórias, com os sentimentos. Recordaria. Afinal de contas, sentia ainda a tal linha. Depois, tranquilamente, voltaria a fechar a caixa e a guardá-la. Na sua cabeça isto fazia sentido.
Tentar esquecer não era opção… tal como não tinha sido calar.
- Café e panquecas, por favor.
- Deixa-me adivinhar, Maple Syrup.
- hmmmmmmm… desta vez, Aunt Jemima.
5 comentários:
O futuro e o passado, e esta amalgama de sentimentos........... mas nem tudo se pode ou deve perder né Rui?
Já tou a espera da proxima! :))
beijocas
ss
gostei, tens jeito para a crónica, realmente, obrigada pelo teu comment no meu cantinho literário da vida de uma vampiria enamorada, lol
kisses
"tentar esquecer não é opção"...é bem verdade...tens mesmo um dom para escrever**bj
Tens um dom tens...
jinhitos da Baía :)
"...And walk the last mile
Before I sleep
It'll be a while
Before I get my peace
With the same style
I walked for years
On the last mile
I can rest my fears..."
As caminhadas são longas, sim...
LD
P.S. "loads" of syrup! eheheheh
Enviar um comentário